A Polícia Judiciária considera preocupante a situação de crimes contra mulheres e crianças no país. A preocupação foi manifestada na quarta-feira, 4 de janeiro, por Ussumane Baldé, responsável pela ação de formação sobre o atendimento às vítimas de assédio, abusos e violação sexual, destinada aos oficiais da polícia criminal e às ONG´s que atuam na área de proteção da mulher e criança.
A formação realizada na sala de formação do serviço de piquete da Polícia Judiciária em Bandim visa partilhar informação e experiência entre os agentes de investigação criminal de diferentes corporações policiais.
“Muitos colegas enfrentam dificuldades em lidar com casos de abusos e violação sexual, porque são complexos e o número de violação tem aumentado no país”, disse Baldé, sublinhando que esta é a razão que motivou a instituição organizar a formação de reforço de capacitação e de partilha de informação para os elementos da Polícia Judiciária, das outras instituições, bem como as organizações de defesa da mulher e criança.
“Queremos que cada instituição partilhe a sua forma de trabalhar, porque é a única maneira de fizermos face aos desafios que enfrentarmos e definir caminhos que nos levem a uma solução” assinalou, acrescentando que os casos mais frequentes são de abuso sexual.
“Conseguimos decifrá-los só depois de filtramos os casos nas brigadas. Neste caso, a violência física aparece na primeira posição com casos de maridos que batem nas mulheres e os pais batem nos filhos”, indicou, para de seguida esclarecer que a maioria dos casos da violência física nasce de abuso sexual.
Baldé, especialista em psicologia forense, disse esperar que a formação de dois dias ajude os formandos a saberem lidar com esses problemas.
“A formação será alargada às regiões de Bolama Bijagós, Bafatá, Gabu e Quinará e decorrerá até ao próximo dia 15 deste mês”, contou.